Press ESC to close

Por Que a História da “Medalha pra Todo Mundo” Revela a Luta de Classes na Educação

Você já deve ter visto aquele vídeo circulando nas redes sociais. Um pai indignado porque a escola do filho deu medalha “pra todo mundo”, sem diferenciar quem ganhou ou perdeu. Ele compara a situação com atletas famosos como Cristiano Ronaldo e Ayrton Senna, dizendo que ninguém vira campeão sem competir de verdade.

Se não viu, aqui está:

https://www.instagram.com/reel/DQ7g2fskjR-

À primeira vista, parece fazer sentido, né? Afinal, a gente vive num mundo competitivo. Mas e se eu te contar que essa reação do pai não é simplesmente “opinião dele”? Ela revela algo muito mais profundo: como a classe dominante consegue fazer com que os próprios trabalhadores defendam o sistema que os explora.

Vou te explicar de um jeito simples, como se estivéssemos conversando na mesa de um bar em Belém, tomando uma gelada.

A Base Material Determina a Consciência

Aqui está o primeiro conceito importante: não são as ideias que criam a realidade, mas a realidade material que cria as ideias.

Quando aquele pai reclama da medalha, ele não inventou essa ideia do nada. Ele reproduz o que o sistema econômico em que vivemos precisa que ele pense. Por quê? Porque ele vive numa sociedade capitalista, onde:

  • Sua sobrevivência depende de vender sua força de trabalho
  • Ele compete diariamente por vagas de emprego com outros trabalhadores
  • Ele vê alguns “vencerem” (terem melhores salários, condições) e outros “perderem” (desemprego, miséria)
  • Todo dia ele experimenta a competição como algo inevitável

Então, a experiência material dele produz aquela consciência. Ele não está sendo burro ou mal-intencionado – ele está apenas refletindo, no plano das ideias, as relações econômicas que vive todos os dias.

A Infraestrutura e a Superestrutura

No materialismo histórico, a gente entende a sociedade em dois níveis:

Infraestrutura (base econômica): Como as pessoas produzem o que precisam para sobreviver. No capitalismo, isso significa:

  • Meios de produção (fábricas, máquinas, terras) concentrados nas mãos de poucos (burguesia)
  • Maioria vendendo força de trabalho para sobreviver (proletariado)
  • Produção voltada para lucro privado, não necessidades humanas

Superestrutura (ideias, cultura, instituições): Leis, escola, mídia, religião, senso comum. Tudo isso não é neutro – reflete e reforça a base econômica.

A ideia de que “competição é natural” não vem da natureza humana. Vem da necessidade do capitalismo de manter trabalhadores competindo entre si para:

  1. Aceitar salários mais baixos (se não aceitar, outro aceita)
  2. Não se unir contra patrões
  3. Culpar a si mesmos pelo fracasso, não o sistema

A Dialética da Competição: Contradições em Movimento

Agora vem outro conceito fundamental: dialética. A realidade não é estática – ela está em constante movimento através de contradições.

A Competição Como Contradição

Pensa na competição entre trabalhadores:

Aparência (fenômeno): Trabalhadores competem entre si por empregos, promoções, salários.

Essência (realidade profunda): Essa competição não existe porque “humanos são competitivos”, mas porque a burguesia precisa dela para extrair mais-valia.

A contradição é esta: enquanto trabalhadores competem entre si (divididos), a burguesia se organiza coletivamente (câmaras empresariais, lobbies, cartéis) para defender seus interesses de classe. A competição é para o trabalhador, a colaboração é para o patrão.

O Movimento Histórico

A competição não é eterna. Ela tem história:

  • Comunidades primitivas: Produção coletiva, partilha comum. Não havia competição porque não havia propriedade privada concentrada.
  • Sociedades escravistas/feudais: Competição existia, mas de outras formas (guerras entre senhores, não entre servos pelo “melhor senhor”).
  • Capitalismo: Competição se universaliza e se intensifica ao extremo, porque agora a sobrevivência de todos depende do mercado.
  • Futuro socialista: Superação dialética – não volta ao passado, mas supera a contradição criando novas formas de organização social baseadas na produção coletiva consciente.

A Função da Escola na Reprodução do Capitalismo

Aqui chegamos ao ponto central: a escola não é um espaço neutro de “transmissão de conhecimento”.

A Escola Como Aparelho Ideológico de Estado

O filósofo marxista Louis Althusser mostrou que o Estado burguês mantém a dominação de classe por dois caminhos:

  1. Aparelhos Repressivos: Polícia, exército, prisões (usam violência física)
  2. Aparelhos Ideológicos: Escola, mídia, igreja (usam violência simbólica)

A escola capitalista cumpre duas funções essenciais:

Função técnica: Formar mão de obra com qualificações que o mercado precisa (operários semi-qualificados, técnicos, gerentes, etc.)

Função ideológica (mais importante): Reproduzir as relações de produção capitalistas, fazendo parecer que elas são naturais. Como?

  • Hierarquia naturalizada: Professor manda, aluno obedece → patrão manda, trabalhador obedece
  • Meritocracia como véu: “Quem tira nota boa merece” → “Quem ganha mais merece” (esconde que o jogo é armado)
  • Individualização: “Seu sucesso depende só de você” → oculta que é um sistema de classes
  • Competição constante: Ranking, notas, vestibular → prepara para competir por empregos escassos
  • Disciplina do corpo: Horários rígidos, ficar sentado, pedir licença → disciplina fabril
  • Fragmentação do conhecimento: Matérias isoladas, sem conexão com totalidade → impede compreensão do sistema como um todo

A Reprodução das Classes

Outro ponto crucial: a escola não “dá oportunidade igual para todos”. Ela reproduz a divisão de classes.

Pense na realidade material:

  • Filho do trabalhador: Estuda em escola pública sucateada, precisa trabalhar cedo, não tem tempo/dinheiro para cursinho, vive cansado, mal alimentado. Vai reproduzir a condição de trabalhador explorado.
  • Filho da burguesia: Escola particular de elite, tempo integral para estudos, viagens internacionais, três idiomas, contatos familiares em posições de poder. Vai reproduzir a condição de explorador.

Mas a ideologia meritocrática diz: “Ambos tiveram as mesmas oportunidades; quem venceu é porque se esforçou mais”. Isso é objetivamente falso, mas precisa ser acreditado para o sistema funcionar.

A Mais-Valia e o Mito do Atleta Campeão

O pai do vídeo cita Cristiano Ronaldo e Ayrton Senna. Vamos aplicar a teoria do valor-trabalho de Marx.

O Que É Mais-Valia?

No capitalismo, o trabalhador vende sua força de trabalho. Ele recebe um salário (digamos, equivalente a 4 horas de trabalho), mas trabalha 8 horas. Essas 4 horas extras geram valor que o patrão embolsa sem trabalhar – isso é a mais-valia, a fonte do lucro.

O sistema inteiro funciona extraindo mais-valia de trabalhadores.

O Atleta Como Trabalhador Superexplorado

Cristiano Ronaldo é um trabalhador. Ele vende sua força de trabalho (jogar bola). Mas:

  • Ele recebe milhões? Sim.
  • Ele gera bilhões para seus patrões (donos de clubes, Nike, patrocinadores)? Sim, muito mais.
  • Então ele é explorado? Sim, só que numa escala gigantesca.

A diferença é que ele é uma mercadoria raríssima no mercado. Sua força de trabalho vale muito porque:

  1. Poucas pessoas têm essa habilidade
  2. Ele gera lucro extraordinário para capitalistas
  3. Ele cumpre função ideológica (vende a ilusão meritocrática)

Mas atenção: Para cada Cristiano Ronaldo, milhões de meninos igualmente talentosos e dedicados não chegaram lá. Por quê? Porque o sistema capitalista não pode transformar todos em Cristiano Ronaldo – ele precisa da massa de explorados para funcionar.

O Vendedor de Açaí e a Lei do Valor

Compare com o vendedor de açaí que trabalha 14 horas por dia. Por que ele não fica rico?

Não é falta de esforço. É porque o capitalismo remunera trabalho baseado em:

  1. Quanto o capitalista consegue extrair de mais-valia
  2. Qual o valor de troca da mercadoria (força de trabalho) no mercado
  3. Quanto de lucro aquele trabalho gera para o capital

O vendedor de açaí gera pouco valor para o capital (porque está em setor de baixa produtividade, alta concorrência). Então é brutalmente explorado. Sua mais-valia é altíssima relativamente, mas o valor absoluto que ele movimenta é pequeno.

A Consciência de Classe e a Falsa Consciência

Voltemos ao pai do vídeo. Por que ele, um trabalhador, defende um sistema que o explora?

A Ideologia Dominante

Marx e Engels escreveram: “As ideias dominantes de uma época são as ideias da classe dominante”. Por quê? Porque quem controla os meios de produção material também controla os meios de produção intelectual (mídia, escola, cultura).

Então, o pai do vídeo:

  • Consome mídia burguesa que glorifica “empreendedores” e “vencedores”
  • Foi educado em escola que ensinou meritocracia
  • Vive relações de trabalho que naturalizam competição
  • Experimenta diariamente a pressão de “vencer ou perder”

Resultado: ele reproduz, sinceramente, a ideologia que o oprime. Isso não é culpa dele individualmente – é produto das condições materiais em que vive.

A Possibilidade da Consciência de Classe

Mas o materialismo histórico não é determinista mecânico. Existe contradição, movimento, possibilidade de transformação.

A consciência de classe surge quando o trabalhador:

  1. Percebe que sua condição individual é condição coletiva de classe
  2. Entende que o patrão não é seu parceiro, mas seu explorador
  3. Compreende que o sistema não pode ser reformado, precisa ser superado
  4. Se organiza coletivamente para transformação revolucionária

A escola que dá medalha para todos não cria consciência de classe, porque não articula essa prática com compreensão crítica do sistema. Mas ela cria uma contradição que pode abrir espaço para questionamento.

A Contradição Dialética na Escola

Aqui está o ponto dialético crucial:

Tese: Escola tradicional competitiva (reproduz capitalismo abertamente)

Antítese: Escola “colaborativa” que dá medalha para todos (tenta humanizar, mas sem crítica ao sistema)

Síntese possível: Escola que mantém desafios e desenvolvimento individual MAS:

  • Desmistifica a meritocracia mostrando desigualdades estruturais
  • Ensina história das lutas de classes
  • Promove organização coletiva entre estudantes
  • Conecta conhecimento com transformação social
  • Prepara não para “vencer no mercado”, mas para construir nova sociedade

O Que a Escola Revolucionária Faria?

Não daria “medalha para todos” de forma vazia. Mas:

  1. Explicaria as bases materiais da desigualdade: Por que algumas crianças chegam bem alimentadas e outras com fome? Não é “azar” – é estrutura de classes.
  2. Ensinaria história real das lutas: Trabalhadores conquistaram direitos através de organização coletiva e luta, não esperando “meritocracia” funcionar.
  3. Praticaria solidariedade concreta: Não apenas “colaboração” abstrata, mas organização para resolver problemas coletivos (merenda, material escolar, transporte).
  4. Desenvolveria pensamento dialético: Mostrar que o mundo não é fixo, que contradições geram movimento, que o capitalismo não é eterno.
  5. Vincularia teoria e prática: Conhecimento não para “passar no vestibular”, mas para compreender e transformar a realidade.

A Armadilha do Reformismo

A diretora da escola tinha boa intenção, mas caiu numa armadilha: reformismo.

Reformismo é tentar “humanizar” o capitalismo sem superá-lo. É como colocar band-aid em ferida de bala. Exemplos:

  • Dar medalha para todos (mas escola continua reproduzindo hierarquia de classes)
  • Ensinar “empatia” (mas não questiona exploração capitalista)
  • Promover “diversidade” (mas não toca na concentração de propriedade)

Por que o reformismo não funciona?

Porque as contradições do capitalismo não podem ser resolvidas dentro do capitalismo. A tendência do sistema é:

  • Concentrar riqueza (poucos cada vez mais ricos)
  • Explorar trabalho (extrair mais-valia)
  • Competir (concorrência entre capitais e entre trabalhadores)
  • Gerar crises (superprodução, desemprego, barbárie)

Você pode “humanizar” uma escola isolada, mas as crianças vão sair dela para um mundo capitalista brutal. Resultado: frustração, cinismo, ou adequação ao sistema.

A Necessidade da Ruptura Revolucionária

A transformação real exige:

  1. Organização política dos trabalhadores (partido, sindicato, movimentos)
  2. Tomada dos meios de produção (não adianta ter escola boa se economia continua privada)
  3. Construção de novo Estado (Estado burguês não pode ser “reformado”, precisa ser superado)
  4. Transformação das relações de produção (da produção para lucro privado para produção para necessidades sociais)

A escola pode contribuir formando consciência, mas educação sozinha não transforma sociedade – é a luta de classes que transforma.

Como Isso Afeta Você, Trabalhador Brasileiro?

Quando você internaliza a ideologia meritocrática, você:

No Trabalho

  • Aceita salário baixo achando que “não se qualificou o suficiente” (em vez de ver que salário baixo é exploração)
  • Compete com colegas por promoção (em vez de se unir para exigir melhores condições para todos)
  • Culpa a si mesmo pelo desemprego (em vez de ver que capitalismo PRECISA de exército industrial de reserva)
  • Admira o patrão “vencedor” (em vez de ver que ele é um explorador de mais-valia)

Na Política

  • Vota em candidatos que prometem “oportunidades” (reformismo)
  • Rejeita greves e movimentos sociais porque “são baderna”
  • Defende “corte de gastos” que prejudicam você mesmo
  • Acredita que “pobre é pobre porque quer”

Na Vida Cotidiana

  • Vive frustrado porque “trabalha muito e não sobe na vida”
  • Adoece (depressão, ansiedade) culpando sua “incompetência”
  • Destrói laços de solidariedade competindo com amigos, vizinhos, familiares
  • Transmite para filhos a mesma ideologia que o oprime

Tudo isso beneficia quem? A burguesia. Enquanto você compete com outro trabalhador, nenhum de vocês questiona quem embolsa a mais-valia de ambos.

O Que Fazer? Praxis Revolucionária

Teoria sem prática é estéril. Prática sem teoria é cega. Precisamos de praxis: união dialética de teoria e prática transformadora.

No Nível Individual-Coletivo

Se você é trabalhador(a):

  • Estude teoria marxista (entenda as leis do capitalismo)
  • Filie-se a sindicato, partido revolucionário, movimento social
  • Pare de ver outros trabalhadores como concorrentes; veja-os como aliados de classe
  • Questione toda narrativa meritocrática que ouvir
  • Ensine seus filhos sobre luta de classes (adequado à idade)

Se você é professor(a):

  • Mesmo dentro das limitações da escola burguesa, trabalhe contradições
  • Não aceite neutralidade (não existe educação neutra; ou reproduz ou questiona)
  • Mostre que conhecimento está ligado a interesses de classe
  • Organize estudantes para ação coletiva (grêmio, debates, protestos)
  • Vincule-se a movimentos de educadores revolucionários

Se você é estudante:

  • Entenda que escola te prepara para exploração, não para libertação
  • Organize-se com colegas (grêmio, coletivos, debates)
  • Conecte estudo com luta concreta (movimentos sociais, ocupações)
  • Questione professores que naturalizam capitalismo

No Nível Político-Organizativo

A educação transformadora não resolve tudo. Precisamos de:

  1. Organização política independente da classe trabalhadora (partido revolucionário, não eleitoreiro)
  2. Luta sindical combativa (greves, ocupações, não apenas negociação burocrática)
  3. Movimentos sociais de massa (sem-terra, sem-teto, estudantes, etc.)
  4. Construção de contra-hegemonia (mídia popular, formação política, cultura de resistência)
  5. Perspectiva revolucionária (não reformismo; objetivo é superação do capitalismo)

O Horizonte: Socialismo

O objetivo não é “melhorar o capitalismo”. É superá-lo, construindo socialismo:

  • Propriedade coletiva dos meios de produção (fábricas, terras, bancos controlados por trabalhadores)
  • Planejamento econômico democrático (produção para necessidades sociais, não lucro)
  • Extinção das classes sociais (fim da exploração de humano por humano)
  • Estado operário transitório (que definha conforme classes desaparecem)
  • Desenvolvimento livre de cada indivíduo como condição do desenvolvimento de todos

Nessa sociedade:

  • Competição perderia sentido (não há escassez artificial nem exploração)
  • Educação seria realmente libertadora (desenvolvimento integral, não adestramento)
  • Trabalho seria criativo e autodeterminado (não alienado)
  • Cada um contribuiria segundo capacidade, receberia segundo necessidade

Voltando à Medalha: Uma Análise Materialista

O vídeo viral do pai não é sobre educação infantil. É expressão de contradições da sociedade de classes:

Contradição 1: Trabalhador defende ideologia que o oprime (falsa consciência)

Contradição 2: Tentativa reformista (medalha para todos) sem transformação estrutural (escola continua burguesa)

Contradição 3: Sistema precisa de competição, mas competição gera sofrimento que as pessoas querem aliviar (daí o reformismo)

Movimento dialético possível: Essa contradição pode gerar consciência crítica, se articulada com educação revolucionária e organização política.

A Verdadeira Questão de Classe

A pergunta não é: “Medalha para todos ou só para vencedores?”

A pergunta é: “Quem decide o que é vitória e quem lucra com essa definição?”

No capitalismo:

  • “Vitória” significa acumular capital, subir individualmente, pisar nos outros
  • Quem lucra é a burguesia, que mantém trabalhadores divididos e explorando-se mutuamente

No socialismo:

  • “Vitória” significaria desenvolvimento coletivo, superação de problemas sociais, emancipação humana
  • Quem lucra é toda a humanidade

Conclusão: Da Falsa Consciência à Consciência Revolucionária

Aquele pai, sinceramente, acredita estar defendendo o melhor para o filho. Mas está, objetivamente, defendendo:

  • Um sistema que explora a ele e ao filho
  • Uma ideologia que culpabiliza as vítimas
  • Relações sociais que destroem solidariedade humana

Isso não é culpa moral dele. É produto das condições materiais capitalistas, que produzem essa consciência.

Mas a história não está fechada. O capitalismo, como todo sistema, contém suas próprias contradições que podem levá-lo à superação:

  • Socializa produção (milhares cooperam em fábricas), mas privatiza apropriação (patrão embolsa)
  • Desenvolve forças produtivas capazes de acabar com escassez, mas mantém miséria
  • Conecta trabalhadores globalmente, mas os divide nacionalmente
  • Precisa educar trabalhadores, mas educação pode gerar consciência crítica

A tarefa dos revolucionários é organizar a classe trabalhadora para que ela:

  1. Compreenda as leis objetivas do capitalismo (teoria)
  2. Reconheça seus interesses históricos como classe (consciência)
  3. Organize-se independentemente (partido, sindicatos, movimentos)
  4. Lute pela tomada do poder e transformação das relações de produção (revolução)

A medalha da escola é apenas um sintoma. A doença é o capitalismo. E não se cura doença tratando sintoma – é preciso atacar a causa.

A verdadeira questão não é distribuir medalhas, mas distribuir o poder.

E você, vai continuar defendendo um sistema que te explora, ou vai se organizar com sua classe para construir uma sociedade verdadeiramente humana?


Este texto aplica o materialismo histórico e dialético para analisar narrativas cotidianas, revelando as contradições da sociedade de classes. Estude, organize-se, lute.

Para aprofundar:

  • Marx & Engels: “Manifesto Comunista” e “A Ideologia Alemã”
  • Marx: “O Capital” (especialmente cap. sobre mais-valia)
  • Lenin: “O Estado e a Revolução”
  • Gramsci: “Cadernos do Cárcere” (sobre hegemonia)
  • Paulo Freire: “Pedagogia do Oprimido” (educação libertadora)
  • Althusser: “Aparelhos Ideológicos de Estado”

Renan Silva

Renan Silva é Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Pará, especialista em Ensino da Geografia, Geografia Regional Brasileira e Educação Ambiental, professor efetivo da Secretaria de Educação do Pará e pesquisador dedicado ao estudo das relações entre linguagem, ideologia e poder. Sua atuação parte de uma abordagem marxista e materialista histórico-dialética, voltada à compreensão de como o discurso participa da manutenção das estruturas sociais e econômicas do capitalismo. Criador do projeto Por Trás do Discurso, Renan propõe análises críticas das falas e narrativas de figuras públicas — políticos, influenciadores, pastores e empresários — com o objetivo de revelar os interesses e contradições que se escondem sob a aparência de neutralidade. Seu trabalho busca transformar a crítica em uma ferramenta de emancipação: compreender o discurso não apenas como comunicação, mas como prática social que forma consciências, naturaliza desigualdades e pode, quando desvelada, abrir caminhos para novas formas de pensar e agir coletivamente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

@Katen on Instagram
Esta mensagem de erro é visível apenas para administradores do WordPress

Erro: nenhum feed com a ID 1 foi encontrado.

Vá para a página de configurações do Instagram Feed para criar um feed.